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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Ah, os Amigos...

 Para rachar o lanche, emprestar um material escolar, recomendar um CD, dar carona para uma festa, passar colar, caminhar no shopping, segurar a barra, ...
Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um Amigo do lado esquerdo do peito. Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A identidade", que a Amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu.
Chama os Amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles, podemos nos olhar. Vai além: diz que toda Amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.
VERDADE VERDADEIRA. AMIGOS recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo construído. São Amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos:

  • Um Amigo não racha apenas o lanche: Racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos;
  • Um Amigo não empresta apenas o material escolar: Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta;
  • Um Amigo não recomenda apenas um CD: Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um lugar;
  • Um Amigo não-dá carona apenas para festas: Leva-te pro mundo dele, e topo conhecer o teu;
  • Um Amigo não caminha apenas no shopping: Ainda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado. 
  • Um amigo não segura a barra, apenas: Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de Amigos assim ninguém tem. Se tiver um, Amém!

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